terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Primeira poesia do ano: Entrega.


Entrega.

 É nesse estado livre... de loucura,
 Que liberta os meus anseios,
 Meus desejos e paixões,
 E me possui
 Mais do que a carne,
 A alma,
 Que a ti me entrego... sôfrega... ou plácida.

 Dispo-me, pouco a pouco, de tudo o que à terra me prende,
 Do sono, da fome, da fadiga.
 Entrego-me sem delongas, sem amarras
 Sem pudores, tu me entendes?
 Porque só assim...
 Desnuda...
 Vestida apenas de desejos,
 Entregue ao desvario,
 É que me torno tua taça e tua fonte.

 Preenche-me com o teu divino néctar,
 Ó gloriosa Poesia,
 E faz-me jorrar...
 Sobre os incautos, pobres de alma,
 Posto que a ti sou a mais devota,
 E o mundo precisa do teu alimento,
 Alimento d'alma, do espírito, do corpo e da eternidade.

 Eterniza-te, a ti entrego-me,
 Vive e prolifera-te...
 Vem agora, sem demora,
 Manifesta-te,
 Minha musa, minha Deusa,
 Inestimável... Inebriável
 Senhora de todos os encantos.

Carolina Grant
(08 de janeiro de 2012).

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