A Assassina Convidada
Foi mesmo à queima roupa.
Sem meandros, sem melindres, sem discursos.
Não, não foi como final de filme de herói.
Ela não fez o discurso dos vilões (sequer saboreou a vitória ou o prazer de ver o horror da compreensão nos olhos outros; não precisava...).
Não, não foi como um tapa na cara
Ou um soco no estômago.
Mas fria como aço.
Cortante como uma navalha... (daquelas bem preparadas).
Foi rápida, não durou mais que alguns segundos.
Eficiente e certeira, não deixou dúvidas sobre o resultado.
Mas aquele momento duraria por toda uma eternidade.
Os gritos de injustiça e horror podem ser ouvidos até hoje (nas noites mais frias e escuras de Agosto).
Doeu uma dor conhecida.
A dor de todas as dores
Dor já há muito doída
Em incontáveis casos como esse, cotidianos.
...
É, foi mesmo a queima roupa.
Covarde como todas aquelas que chegam sorrateiras (quando não são bem-vidas) ou simplesmente surpreendem (quando gentilmente convidadas).
Desestruturante, como tudo o que é absolutamente inesperado.
Fatal, como tudo o que nos rouba (leva a) o chão e o Sentido.
Quando virou as costas ao corpo que se esvaia em sonhos ao chão
Foi que pude identificá-la.
Claro... cruel, silenciosa, fria e fatal,
Só poderia ser ela a Convidada inesperada:
Veritas...
Verité...
Verità... (Vendetta?)
Verdade.
Carolina Grant
(26/03/2013)
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